segunda-feira, 14 de abril de 2008

CÁLCIO SEM LACTICÍNIOS

Por: Bonnie Kumer, R.D. (nutricionista registrada) e Nicole Hambleton
De: TVA (http://www.veg.on.ca/home.html)

Não tem nenhuma complicação: vegetarianos podem manter estoques saudáveis de cálcio com uma dieta sem laticínios. Para uma dieta vegan e rica em cálcio, basta conhecer um pouco a necessidade de cálcio, entender sua absorção, evitar os ladrões de cálcio e planejar um pouquinho o cardápio.
De quanto cálcio realmente precisamos? Eis a quantidade de cálcio recomendada como Ingestão Nutricional Necessária (conhecida em inglês como RNI, Required Nutritional Intake):

  • Mulheres: 1000 mg/dia;
  • Mulheres com mais de 50 anos: 1200-1500 mg/dia;
  • Homens: 1000 mg/day

Esta necessidade leva em conta o efeito negativo da proteína e do sódio sobre o equilíbrio do cálcio.

Nível de absorção de cálcio de alimentos vegetais:

Vegetais verdes-escuros (brócoli, couve-de-Bruxelas, repolho verde e couve-chinesa, couve, couve-nabiça, etc.): 50-70%
Leite: 32%
Amêndoas: 21%
Feijões: 17%
Espinafre cozido: 5%

O papel da proteína

A proteína animal (carne, galinha, peixe e ovos) provoca a excreção de cálcio pela urina. A pessoa que segue uma dieta que não inclui proteína animal pode ter necessidade menor de cálcio. Por exemplo, um vegan que consuma uma dieta pobre em proteína e sódio pode precisar apenas de 500 mg de cálcio por dia. Quem consome uma dieta rica em proteína e sódio pode precisar até de 2000 mg de cálcio por dia!

Sódio

Sabia que 1.000 mg de sódio fazem com que 20 mg a 40 mg de cálcio se percam pela urina? De início esta quantidade pode parecer pequena, mas quando se considera que uma pessoa mediana consome de 3.000 mg a 4.000 mg de sódio por dia, isso vai se somando. Na média, precisamos apenas de 1.800 mg de sódio por dia. Para compensar a perda de cálcio, pode-se reduzir em 50% a ingestão de sódio ou aumentar em 900 mg o consumo de cálcio. Sugerimos que você reduza o sal, porque, de qualquer maneira, a maior parte dele vem de alimentos industrializados destituídos de nutrientes.

Não fique "salgado"

Acredite se quiser, este sódio todo não vem do saleiro! Na verdade, só 15% do consumo diário de sódio vem do sal que você polvilha no prato ou consome em comida de lanchonete (batatas fritas, por exemplo). O verdadeiro vilão oculta-se nos alimentos industrializados. Observe os seguintes alimentos vegetarianos ditos "saudáveis".

Sódio em alimentos industrializados

ALMOÇO
2 cachorros-quentes vegetarianos jumbo marca Yves: 960 mg de sódio;
85g de queijo tofu marca Soya Kaas: 720 mg de sódio;
Mostarda, catchup, picles: 1200 mg de sódio;
Sopa de cuscuz Nile Spice: 590 mg de sódio.

JANTAR
Ravioli de tofu congelado President's Choice: 920 mg de sódio;

LANCHE
1/2 xícara de molho: 740 mg de sódio;
60g de salgadinhos de milho: 465 mg de sódio;

TOTAL GERAL: 5595 mg de sódio. (! ! !)

Prefira a qualidade e não a quantidade de cálcio

Estudos demonstraram que o cálcio da couve, da couve-chinesa, do brócoli e de outras verduras, assim como o do tofu (enriquecido com sulfato de cálcio ou cloreto de cálcio) tem taxa de absorção igual ou maior que o do leite.
Vegetais com alto teor de oxalato, como espinafre, folhas de beterraba e ruibarbo, reduzem a aborção de cálcio. No entanto, esses vegetais são a exceção, e não a norma. Leguminosas comuns, como grão de bico e feijões, contêm oxalatos e fitatos que interferem com a absorção de cálcio. Na verdade, a quantidade de cálcio absorvida destes grãos é metade da que se obtém de verduras verdes. Embora os feijões tenham pouco cálcio, são ótima fonte de proteína, zinco, ferro e fibras.
Se você quer atender às suas necessidades de cálcio, porque não aproveita algumas das recomendações do "Plano de refeições com 1.000 mg de cálcio", mais adiante nesta página?

Os campeões do cálcio

Os itens listados abaixo são fontes especialmente valiosas de cálcio de fácil absorção:

Amêndoas: 1/3 de xícara 50mg;
Melado escuro: 1 colher de sopa 137 mg;
Alga hijiki (seca): 1/4 de xícara 162 mg;
Hummus (pasta árabe de grão de bico): 1/2 xícara 81 mg;
Quinoa (cereal andino): 1 xícara 50 mg;
Tahine (pasta de gergelim): 2 colheres de sopa 128 mg;
Tofu sem cálcio (macio): 1/4 de xícara 67mg;
Tofu com cálcio: 1/4 de xícara 430 mg;
Alga wakame (seca): 1/4 de xícara 104 mg;

Alternativas ao Leite

Normalmente, 4 a 6 porções por dia de qualquer um dos itens a seguir fornecerão quantidade adequada de cálcio. No entanto, adolescentes e mulheres grávidas ou em lactação deveriam ingerir 6 a 8 porções para se garantirem.

SEMENTES E NOZES:
Tahine, 2 colheres de sopa.
Manteiga de amêndoas, 3 colheres de sopa.
Amêndoas, 1/3 de xícara.

VERDURAS:
Verduras cozidas (couve, couve-nabiça, couve-chinesa, quiabo, brócoli), 1 xícara.
Verduras cruas (couve-nabiça, couve-chinesa, brócoli), 2 xícaras.
Algas secas (hijiki), 1/4 de xícara.

LEGUMINOSAS:
Tofu com cálcio, 1/4 de xícara.
Feijões cozidos: soja, feijão branco, feijão-guando, feijão-rosinha, feijão-preto, 1 xícara.
grão de bico, feijão-cavalo, feijão-manteiga, feijões vermelhos, 1-1/2 xícaras.

OUTROS ALIMENTOS:
Melado escuro, 1 colher de sopa.
Figos secos, 5 unidades.
Alimentos e bebidas fortificados com cálcio dos quais cada porção forneça 150 mg de cálcio.

Suplementos e Vitamina D

Os suplementos deviam ser exatamente isso: suplementos de um plano de refeições rico em cálcio. Se você se preocupa com a ingestão de cálcio, complete com carbonato de cálcio (250-500 mg). A vitamina D produzida no corpo pela exposição ao sol é parceira necessária da absorção de cálcio.

Observação: Filtro solar com fator de proteção de 15 ou mais bloqueia a produção de vitamina D. Ficar no sol não é bom? Sugerimos um complexo multivitamínico que contenha 400-800 U.I. de vitamina D. Lembre-se que níveis altos demais de vitamina D são tóxicos. Não exagere.

Plano de Refeições

CAFÉ DA MANHÃ
2 fatias de pão integral com manteiga de amêndoas;
1 laranja média.

ALMOÇO
1 pão árabe integral com pasta de feijão preto (prepare como hummus);
Salada de couve-nabiça com molho de tahine.

LANCHE
Bolinho de trigo integral com melado escuro;

JANTAR
Tofu (extra firme/enriquecido com cálcio), refogado de couve-chinesa, brócolis e amêndoas;
Arroz integral.

CEIA
Tofu com bolachas integrais;
3 figos.


BIBLIOGRAFIA:

  • Melina,V., Davis,V., & Harrison,V. Becoming Vegetarian. MacMillan Canada, 1994.

  • Messina, M., Messina, V. The Dieticians Guide to Vegetarian Diets. Aspen Publishers, 1996.

  • Report on the Consensus Panel (NIH CDC) 1994. National Institutes of Health Concensus Development. Conferência sobre Ingestão ótima de cálcio, 6 a 8 de junho de 1994. 1000 Mg Calcium Meal Plan.

Tradução: Beatriz Medina beatriz@oglobo.com.br


quinta-feira, 10 de abril de 2008

Alimentos Funcionais: A reedição de um antigo conceito


Terminologia e Conceitos:
Nos últimos anos, além de evidências epidemiológicas vêm se associando pesquisas bioquímicas e clinicas que mostram a presença em alimentos, de componentes químicos que podem ter ação biológica, importante na manutenção da saúde da ação, além dos nutrientes conhecidos e com as necessidades diárias já estabelecidas.
Assim, está muito em voga atualmente, o conceito de alimento funcional, que pode ser descrito como alimento capaz de produzir demonstrados efeitos metabólicos ou fisiológicos úteis na manutenção de uma boa saúde física e mental, podendo auxiliar na redução do risco de doenças crônico-degenerativas, além das suas funções nutricionais básicas.
No Japão, fala-se, ainda, em função terciária dos alimentos: a primária seria a função organoléptica; a secundária, nutricional; e a terciária, aquela associada à manutenção de uma saúde ótima e à prevenção de doenças futuras.
Complementando a definição pode-se falar em ingrediente funcional, que seria o composto responsável pela ação biológica contida no alimento. Estes ingredientes ativos são chamados também de fitoquímicos, compostos bioativos e ainda nutracêuticos.
Estes conceitos alem das obvias repercussões sobre a saúde dos indivíduos e populações esta fazendo também com que ser revise uma serie de conceitos referentes ao estabelecimento das necessidades e recomendações nutricionais. Passamos da idéia de nutrientes para prevenir ou combater deficiências nutricionais para nutrientes (e outros compostos bioativos) para promoção da saúde.

Alimentos funcionais através dos tempos
Este conceito aparentemente tão moderno e revolucionário que é a idéia de modulação de função metabólica, com reflexo na saúde pela alimentação, não é, na verdade, novo. Novo é o interesse de buscar e explorar mais amplamente esse potencial e o tratamento científico e legislativo dado hoje à questão.
No entanto, este conceito já existe há pelo menos alguns milhares de anos. As antigas culturas chinesa, indiana, egípcia e grega em particular, trabalhavam muito com o conceito de comida-remédio ou de alimentos terapêuticos, atribuindo propriedades preventivas e/ou curativas a quase todos os alimentos, bem como reconhecendo as condições adequadas de preparo e consumo dos mesmos.
Os chineses e indianos tinham diversas classificações sobre os alimentos que os ajudavam a definir que alimentos utilizar ou evitar em determinadas situações(para saber mais veja o texto sobre dietoterapia chinesa). Também os gregos, inclusive Hipocrates e galeno, utilizavam amplamente alimentos na sua prescrição diária para diversos males.

Compostos bioativos encontrados em alimentos
Hoje uma serie de substancias estão sendo classificadas como ingredientes funcionais. Algumas delas são nutrientes já reconhecidos como tal, outras parecem não ter função nutriente, mas são extremamente importantes para a saúde humana e estão sendo pesquisados intensamente em todo o mundo:

Carotenóides: pigmentos responsáveis pelas cores alaranjadas dos vegetais, compreendem um grande número de compostos muitos dos quais com atividade biológica. Alguns, como o b-caroteno, são pró-vitaminas A (transformam-se em vitamina A no organismo). Outros não são precursores de vitamina A, mas agem no organismo como antioxidantes, na eliminação de radicais livres, e pesquisas recentes vêm sugerindo sua possível participação na prevenção ou controle do câncer de próstata. Outros, ainda, como a luteína e zeaxantina, carotenóides encontrados no espinafre, no brócolis e no milho, concentram-se no olho, e parecem ter papel de prevenção da degeneração visual que ocorre com o envelhecimento. Outro carotenóide que esta sendo muito estudado é o licopeno, que dá cor vermelha aos alimentos como melancia e tomate. Ele pode ser usado com antioxidante, prevenindo câncer e reduzindo a incidência de tumores mamários, digestivos e câncer de próstata. Também protege o sistema cardiovascular.

Flavonóides: substâncias presentes em frutas e vegetais, responsáveis pelas cores vermelhas, roxas e amarelas e são, como os carotenóides, também ativos, em graus variáveis, contra radicais livres, os quais, por sua vez, podem estar associados a doenças cardiovasculares, câncer, envelhecimento e outras. Alguns flavonóides têm ações específicas que vão além da ação antioxidante. É o caso das isoflavonas da soja, principalmente a genisteína e a daidzeína. Essas substâncias têm uma ação estrogênica fraca, ligando-se a alguns receptores celulares desses hormônios, ocupando-os e competindo com o 17-b-estradiol. Assim mantém-se as funções hormonais favoráveis no coração e ossos, mas reduz-se a ação hormonal na mama e no útero, que podem levar ao câncer. Tem também papel antioxidante.

Compostos sulfurados (ricos em enxofre): conhecidos como glicosionolatos, têm, também, propriedades metabólicas interessantes. Estão presentes nas plantas do gênero brassica (couve, repolho e brócolis), existem No fígado, eles participam do sistema de enzimas que facilitam a eliminação ou inativação de substâncias tóxicas e/ou carcinogênicas.

Oligossacarídeos: os fruto-oligossacarídeos (FOS) são os mais conhecidos e estudados, também identificados como pré-bióticos. São substâncias que não são digeridas no intestino por ausência de enzimas específicas, mas, nas porções finais do intestino, são metabolizadas pelas bactérias, com produção de ácidos orgânicos de cadeia curta (acético, propiônico, butírico), os quais têm diversas funções benéficas, locais e sistêmicas. Dessa fermentação resulta uma condição físico-química benéfica ao intestino que facilita o desenvolvimento de bactérias úteis como lactobacillus e bifidobactérias. Os ácidos orgânicos produzidos, por sua vez, podem agir nas células do intestino alterando fazendo com que vivam mais, e no fígado, na síntese do colesterol. Acumulam-se também evidências de efeitos positivos no desenvolvimento e controle da imunidade a nível intestinal.

Probióticos: que são microorganismos vivos, como bifidobactérias ou lactobacilos. Em alguns produtos têm sido associados os probióticos com os pré-bióticos (como fruto-oligossacarídeos), constituindo-se os simbióticos. A idéia é de ter-se uma ação sinérgica, fornecendo ao mesmo tempo no intestino bactérias desejáveis com o substrato para o seu fácil desenvolvimento e ação. De qualquer forma, a idéia é de que essas bactérias benéficas se oponham a outras menos desejáveis, causadoras de doenças, sendo essencial, para isto, que cheguem viáveis ao intestino, onde devem se multiplicar. Produtos com bactérias mortas como iogurtes pasteurizados) não têm o mesmo efeito.

Aminoácidos: nutrientes constituintes das proteínas, alguns aminoácidos tem sido reconhecidos como ingredientes funcionais. O triptofano e a tirosina formam a serotonina e as catecolaminas, respectivamente, relacionadas com a depressão e a ansiedade.
Ácidos graxos: em especial da serie Omega 3 tem sido amplamente estudados pois além de fornecerem energia, formam as membranas celulares e conduzem os impulsos nervosos, modulando a atividade cerebral.
Assim, alguns alimentos tem sido amplamente recomendados pelo seu alto conteúdo de ingredientes funcionais, principalmente a soja, a abóbora, a linhaça, o alho, a cebola, o brócolis, entre outros.

Uso dos alimentos funcionais X ingredientes funcionais isolados

Uma grande questão que se coloca frente a estas descobertas é a questão da escolha entre os alimentos que possuem ingredientes funcionais ou o consumo de ingredientes funcionais isolados a partir destes alimentos. Esta polêmica surgiu em grande parte a partir da grande quantidade de produtos isolados de isoflavonas da soja diante do reconhecimento de seus efeitos terapêuticos, em especial na questão da reposição hormonal.
Algumas questões devem ser esclarecidas sobre este assunto. Em primeiro lugar, deve-se pensar que a ação de um alimento se dá através da interação entre seus componentes, nutrientes e fitoquímicos. Alguns destes componentes, inclusive podem permanecer ainda desconhecidos, e por isso, não serem levados em consideração na elaboração de complementos alimentares. Desta forma, quando se isola um dos componentes do grande complexo de substância que é um alimento se corre o risco de ter uma ação diferente da que ele tinha dentro da estrutura do alimento, o que gera risco de efeitos colaterais indesejáveis. Já que tocamos na questão da soja, já se fala hoje em efeitos colaterais das isoflavonas isoladas, semelhantes, embora mais fracos que os da reposição hormonal química. Estes efeitos colaterais não são encontrados com o consumo da soja com alimento.
Outra questão importante é observar a forma que o alimento deve ser consumido para ter os efeitos terapêuticos bem aproveitados. Toda a pesquisa a partir da soja começou a partir da constatação que as mulheres orientais não sofriam tanto quanto as ocidentais no período da menopausa. Após diversas investigações se descobriu que o fator preponderante para isto era o grande consumo de soja por estas mulheres. Daí começou um grande boom de recomendação de produtos de soja tais como leites e sucos a base de soja, soja em grão e proteína texturizada de soja. Produtos que podem ter efeitos ate opostos aos desejados pelas pessoas que os procuram, como, por exemplo, aumentar a tendência a osteoporose pelo excesso de acidez. O que não se observou foi a forma como a soja é consumida por estas populações e porque.
A soja é um alimento extremamente nutritivo, mas de difícil digestão e repleto de fatores antinutricionais. Por isso, para aproveitar os seus benefícios sem estes problemas os orientais desenvolveram uma serie de produtos de soja, aonde as suas qualidades terapêuticas são realçadas e as suas características inadequadas neutralizadas ou minimizadas. Estes produtos em geral são feitos a partir da coagulação do leite (tofu-queijo de soja) ou a partir da fermentação dos grãos de soja associados com outros ingredientes (misso, shoyu, nato, tempeh). São estes os produtos de soja consumidos no oriente que fazem com que as mulheres de lá tenham uma menopausa mais tranqüila. Uma outra questão é a questão do tempo de utilização. As mulheres orientais têm menos problemas na menopausa por que consomem estes produtos de soja (entre outros fatores) desde a mais tenra infância, e não apenas depois que já começam a surgir os sintomas de distúrbios relacionados com a falta de hormônios.
Para finalizar, é importante, gostaria de reforçar a questão da qualidade do alimento que contem ingredientes funcionais: vale a pena estimular o consumo de alimentos à base de soja, por conterem isoflavonas, que estão cheios de aditivos e corantes? Vale a pena estimular o consumo de tomate, por causa do licopeno, sabendo que o tomate é uma das culturas mais carregadas de agrotóxicos?
Todas estas questões não são para diminuir a importância das descobertas e pesquisas sobre alimentos funcionais, mas sim para que coloquemos a utilização destes dentro de um contexto de uma alimentação mais saudável como um todo e de uma vida com mais qualidade. Os alimentos funcionais são o resgate moderno da antiga frase de Hipocrates, faça do teu alimento teu remédio. Mas para ser remédio de verdade uma serie de questões devem ser levadas em conta e não apenas a presença ou não de ingredientes funcionais.
Nos vivemos hoje numa cultura muito imediatista e consumista que quer resultados ultra-rápidos e consumir aquilo que está na moda (seja roupa, alimento ou remédio). Precisamos questionar esta cultura e perceber que a saúde se constrói através de um conjunto de ações que elevem a qualidade de vida e não apenas através do consumo intensivo (e às vezes exagerado) de algum alimento em especial.

Fonte: Nutrans - Instituto Transdisciplinar de Nutrição

sexta-feira, 4 de abril de 2008

EVITE O ABRE-FECHA DA GELADEIRA

ANTES DE COZINHAR, RETIRE DA GELADEIRA TODOS OS INGREDIENTES DE UMA SÓ VEZ. Evite o abre-fecha da geladeira toda vez que seu cozido precisar de uma cebola, uma cenoura, etc. Assim não entra muito ar ambiente e sua geladeira gasta menos energia para refrigerar o ar ambiente que entrou!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

ALUMÍNIO: ÚTIL, MAS MORTAL !

Na Itália, famosa por seus restaurantes, nenhum deles pode usar essas panelas, devido à proibição do governo italiano. É que as panelas de alumínio contaminam a comida intensamente.
Para você ter uma idéia: pesquisa da Universidade do Paraná demonstrou que as panelas vendidas no Brasil deixam resíduos de alumínio nos alimentos que vão de 700 a 1.400 vezes acima do permitido. Isso só ao preparar a comida. Se esta ficar guardada na panela por algumas horas, ou de um dia para o outro, este valor pode triplicar ou quintuplicar.
Viu por que vale a pena trocar de panelas? Mas não é só. Sabe as latinhas de refrigerantes e cervejas, hoje tão difundidas no Brasil? Pesquisa do Departamento de Química da PUC demonstrou que elas não são fabricadas de acordo com os padrões internacionais. Em conseqüência, seu refrigerante predileto pode conter quase 600 vezes mais de alumínio do que se estivesse na garrafa.
E além do alumínio foram demonstrados pelo mesmo estudo mais 12 outros metais altamente perigosos para a saúde nessas latinhas, como o manganês, que causa o mal de Parkinson, o cádmio, que causa psicoses, o chumbo, encontrado no organismo de muitos assassinos, e outros. Que tal?
Prefira as garrafas, tá? Descoberto em 1809, o alumínio é um metal muito leve (só é mais pesado do que o magnésio) e já foi muito caro. Naquela época, Napoleão III, imperador da França, pagou 150 mil libras esterlinas (mais ou menos 300 mil reais) por um jogo de talheres de alumínio. Esse metal tem espantosa versatilidade, sendo utilizado em muitas ligas metálicas.
Depois do aço, é o metal mais usado no mundo, seja em panelas, embalagens aluminizadas, latas de refrigerantes e cervejas, antiácidos e desodorantes antitranspirantes, assim como vasilhames para cães e gatos comerem e beberem. Nestes animais, com o tempo, pode causar paralisia dos membros posteriores que leva ao sacrifício precoce dos animais, na maioria das vezes, os veterinários, por falta de exames dizem que o animal está muito velho.
Se seu cabelo está caindo, desconfie do alumínio. Este metal, quando está excessivo no organismo, provoca grande oleosidade no couro cabeludo, que vai sufocar a raiz dos cabelos. Usar xampus contra a oleosidade ajuda, mas se você não eliminar a causa, vai perder muito cabelo. Muitas vezes, a queda de cabelos vem acompanhada de dormências ou formigamentos quando se fica na mesma posição (com as pernas cruzadas, por exemplo).
Além dos seus cabelos, todo o seu organismo está sendo prejudicado: o alumínio deposita-se no cérebro, causando o mal e Alzheimer (esclerose mental precoce) e expulsa o cálcio dos ossos, produzindo a osteoporose. Esse cálcio vai se depositar em outros lugares, produzindo bursite, tártaro nos dentes, bico de papagaio, cálculos renais... E também vai para dentro das suas artérias, estimulando a pressão alta e a possibilidade de isquemias cardíacas (infarto), cerebral (trombose) e genitais (frigidez e impotência).
Para o Dr. Mauro Tarandach, da Sociedade Brasileira de Pediatria, está bem claro o papel do alumínio nas doenças da infância, graças ao avanço da biologia molecular no que tange ao papel dos oligoelementos na fisiologia e na patologia.
Os sintomas clínicos da intoxicação por alumínio nas crianças, além da hiperatividade e da indisciplina, são muitos: anemia microcítica hipocrômica refratária ao tratamento com ferro, alterações ósseas e renais, anorexia e até psicoses, o que se agrava com a continuidade da intoxicação.
Atualmente se utiliza a biorressonância para avaliar o nível do alumínio e outros metais.
O método é muito menos dispendioso, podendo ser utilizado no consultório ou na casa do paciente. E como é que o alumínio entra no organismo? Através das panelas de alumínio, por exemplo, que vêm sendo proibidas em muitos países do mundo.
Em suma, o alumínio é muito útil, porém mortal. Repassem, por favor... vamos divulgar!

Ruy Tourinho
Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
Superintendência de Gestão Pública - SGP
Secretaria da Administração do Estado da Bahia

quarta-feira, 2 de abril de 2008

TAMPE SUAS PANELAS ENQUANTO COZINHA

Parece óbvio, não é? E é mesmo! Ao tampar as panelas enquanto cozinha você aproveita o calor que simplesmente se perderia no ar. Lembre-se disso ao cozinhar, porque a conta mensal do gás será menor, além de preservar a umidade dos alimentos.

terça-feira, 1 de abril de 2008

ALIMENTOS CRUS


Por: Ernst Bauer


Tenho 85 anos. Exerço a medicina há 20 anos em Arosa, Suíça. Meu pai era médico rural e conheci os limites da medicina convencional convivendo com doenças crônicas já na minha juventude. De constituição bastante frágil, procurava ampliar as possibilidades da medicina convencional com métodos alternativos. Hoje, considero alimentação e jejum os mais importantes.
O famoso médico suíço, Dr. Max Bircher-Benner (1867-1993), ouviu falar dos incríveis efeitos da alimentação crua. Experimentou e ficou perplexo com o resultado. Naquela época, todas as crianças com doença abdominal morriam. A clínica pediátrica do Hospital Universitário de Zurique encaminhou quatro crianças ao Dr. Bircher-Benner. Retornaram curadas. Sua alimentação consistia, principalmente, de bananas frescas, depois substituídas por maçãs frescas, com o mesmo resultado. Também as crianças diabéticas foram beneficiadas com uma dieta exclusiva de frutas frescas.
O Dr. Bircher-Benner apresentou ao Dr.Joseph Evers, na Alemanha, três pacientes que ficaram livres de esclerose múltipla, uma doença considerada incurável. O Dr. Evers começou, então, a tratar pacientes portadores de esclerose múltipla e outras doenças consideradas incuráveis, com resultados surpreendentes. Em reunião da Associação Alemã de Neurologia, o Dr. Evers apresentou suas radiografias e a estatística, mostrando que — ao iniciar a alimentação com frutas e verduras frescas dentro do período de um ano após o aparecimento dos sintomas — 94% dos portadores de esclerose múltipla ficavam curados. O Dr. Evers, falecido em 1975, não utilizava medicamentos, somente alimentação. Em seu livro " Warum Evers-Diät?" (Porque a dieta Evers?), ele afirma: "O sucesso é a melhor prova de que uma teoria está correta."
O Dr. Honekamp, diretor clínico de uma clínica psiquiátrica alemã, documentou, em seu livro sobre a cura de doenças mentais com produtos naturais, como conseguiu curar pela alimentação crua, com poucas exceções, os pacientes internados em sua clínica. Entretanto, ele mostrou que a esquizofrenia crônica só pôde ser curada após quatro anos.
Tudo foi esquecido até recentemente, quando o físico Fritz Popp descobriu que os nutrientes vivos irradiam fótons. Essas pequenas partículas de luz aparentemente protegem o sistema imunológico e destroem células cancerígenas. Quando aquecemos os alimentos vivos, a irradiação se torna muito forte e depois cessa — os alimentos estão mortos. No livro " Biologie des Lichts" (Biologia da luz), publicado em 1984, ele descreve os princípios da irradiação extremamente fraca das células.
Uma enfermeira do hospital da Universidade de Zurique estava morrendo. Anos antes, haviam-lhe retirado um tumor maligno da mama. Mais tarde, apareceram metástases no fígado. Quando o tumor reapareceu por uma terceira vez, após duas quimioterapias, acreditavam que nada mais poderia ser feito. Era Natal e seus amigos vieram despedir-se dela. Uma amiga lhe falou da alimentação crua e logo trouxe frutas e hortaliças frescas. No dia seguinte, a enfermeira já pôde deixar a alta dose de morfina que estava tomando contra as dores e levantar. A cada dia, ficava de pé durante mais tempo.
Como podemos explicar este efeito imediato sobre tumores malignos? A pesquisadora em oncologia, Virginia Livingston, de San Diego, EUA, descreve em seu livro "The Conquest of Cancer" (A conquista do câncer) que os alimentos vivos, as frutas e as hortaliças contêm um ácido, um sub-produto da vitamina A, que também é produzido no fígado. Essa substância freia o câncer, mas é sensível ao calor. Cenouras cozidas no vapor só contém 1% a 2% da quantidade do ácido que as cenouras cruas contêm.
Recomendo aos pacientes em minha clínica — e eu mesmo me alimento desta forma:

  • Comer apenas o que nasce na natureza.
  • Disso, só comer aquilo que temos vontade, apenas na quantidade que o corpo pede e quando sentimos fome.
  • Consumir os alimentos assim como a natureza nos oferece, sem misturar, sem temperos, sem aquecer.
  • Sempre que possível, comer os alimentos isentos de agrotóxicos e adubos químicos.

Como podemos saber se uma fruta é saudável ou prejudicial? Só nosso instinto pode nos dizer isso. Cada ser vivo tem sua voz interior, inclusive as bactérias e os vírus. O ser humano é o único ser vivo que não segue sua voz interior, nós nos achamos superiores. Porém, se não seguimos esta voz, surge o efeito contrário, o vício. O adulto é viciado no fumo, em alimentos desnaturados, cozidos etc. Após um jejum, estes vícios desaparecem. O instinto, a voz interior, está de volta, como em um recém-nascido.
Se comemos alimentos cozidos, há um aumento dos glóbulos brancos após a refeição — como se tivéssemos ingerido veneno. Nosso sistema imunológico, neste caso, está ocupado de manhã até a noite enfrentando os tóxicos que introduzimos com a alimentação aquecida, em vez de se defender contra germes e destruir células cancerígenas.
Ao dar alimentação cozida para animais selvagens, saudáveis — como fizeram Mac Carrison na Inglaterra e o Prof. Kollath na Alemanha — estes adoecem com nossas doenças da civilização e morrem. Se acrescentamos vitaminas da farmácia, morrem alguns dias mais tarde. Entretanto, se os colocamos em liberdade para que voltem a se nutrir com alimentos vivos, seguindo o seu instinto, eles se recuperam. O mais interessante: animais, antes dóceis tornam-se agressivos com nossa alimentação desnaturada e se agridem.


Fonte: Palestra apresentada durante o Congresso Vegetariano em Widnau, Suíça, 1999