A cena é terrível, muito sangue,
por sinal... amarelo, (podem crer),
um tanto pegajoso. Jaz, exangue,
com algo transparente a escorrer,
já branco que nem cal, e há quem se zangue,
aponte o infeliz que vai morrer.
Há sempre quem assista ao espectáculo.
E quem fique sem fala, tape a boca.
Quem chore o desespero, habitáculo
de inútil presença, com voz rouca.
Fazer o quê se aquele receptáculo
quebrou, a sua alma ficou oca?
E quem fique sem fala, tape a boca.
Quem chore o desespero, habitáculo
de inútil presença, com voz rouca.
Fazer o quê se aquele receptáculo
quebrou, a sua alma ficou oca?
De braços levantados, assustado,
um outro inicia a carpideira.
Chamem uma ambulância ao desgraçado!
Quebrou-se um ovo!... Já se fez asneira!
Dos sete ficam seis. Tenham cuidado!
Não há médico? Que venha a frigideira!
um outro inicia a carpideira.
Chamem uma ambulância ao desgraçado!
Quebrou-se um ovo!... Já se fez asneira!
Dos sete ficam seis. Tenham cuidado!
Não há médico? Que venha a frigideira!
15/09/2002
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958