segunda-feira, 26 de maio de 2008

ALIMENTAÇÃO COMO CERIMONIAL

As orientações seguintes são dedicadas principalmente aos que estão dispostos a colaborar na criação de condições para a expressão superior do ser humano. Levamos em conta que é possível fazer do ato de alimentar-se um verdadeiro cerimonial. É possível tornar-se consciente de aspectos ocultos da alimentação e da sua capacidade de contribuir não só para a formação e saúde dos corpos, mas também para sua elevação e desenvolvimento interior. Para isso, requer-se uma alimentação mais sutil.
Ao serem digeridos pelo ser humano, os alimentos passam por um processo contrário ao da nutrição das plantas. Nas plantas um fluxo energético ascendente parte da raiz e sobre pelo caule e folhas, onde ocorre a síntese e a materialização de substâncias vitais para as plantas. Na digestão humana, ocorre o inverso: uma decomposição progressiva das substâncias ingeridas. Por essa desmaterialização, liberam-se as qualidades ocultas e sutis dos alimentos. Podemos dizer que, de certa forma, a alimentação humana se assemelha ao processo de dinamização realizado nos laboratórios para a obtenção de medicamentos sutis. Por meio dela, substâncias são diluídas, dinamizadas, e liberam energia.
Pela descoberta e observação desses processos, podemos avaliar melhor os alimentos e nossa atitude ao prepará-los e ao ingeri-los, pois passamos a valorizá-los mais pela sua expressão energética e sutil que pelo somatório de seus componentes nutritivos materiais.

Breves recomendações para a sutilização alimentar
  • Seguir na vida prática os ritmos da natureza e procurar estar em harmonia com os seus reinos;
  • Usar a alimentação como apoio para a busca interior;
  • Valorizar a qualidade energética dos alimentos;
  • Aceitar o alimento disponível e elevar sua qualidade;
  • Descobrir as combinações de alimentos mais benéficas para cada momento;
  • Encontrar o equilíbrio entre raízes (processos de condensação) e flores e frutos (procedssos de sutilização);
  • Usar os alimentos com ponderação;
  • Não se abster de determinados produtos de maneira irrefletida, por adesão a dogmas;
  • Ter presente que o processo de digestão libera as forças de cada alimento;
  • Saber que os condimentos naturais e as ervas aromáticas, quando adequados, ajudam a digestão;
  • Evitar excesso de alimentos. Quando se fazem muitas refeições, começa a ocorrer lentidão nas atividades e desperdício de alimentos (por não serem essenciais à manutenção dos processos vitais);
  • Em princípio, três refeições diárias são suficientes: desjejum, almoço e outra no final da tarde. se necessário, podem-se usar entre as refeições sucos verdes, sucos de frutas naturais, leites de sementes germinadas, chás ou frutas da época;
  • Optar por alimentos em sua forma natural e evitar misturas.
A propósito de fermentação


Um grande instrutor da humanidade assim nos orientou a propósito de fermentação:
"As pessoas não devem guardar em casanada apodrecido. a fermentação ou a água estagnada atraem entidades indesejáveis. Quando a fotografia das entidades do Mundo Sutil for mais desenvolvida, será possível mostrar no filme a diferença entre as cercanias de um pedaçõ de queijo ou de carne e as de uma rosa fresca. Em vez de argumentos lógicos, será possível realmente ver que as entidades amantes da podridão acompanham até a própria boca das pessoas os pratos de que elas gostam. Dos aromas puros, deve-se preferir o da rosa: ela contém um óleo duradouro. Mas não se deve esquecer que as flores devem ser utilizadas antes da decomposição. Indico as rosas, por conterem a maior quantidade de energia ardente. Dessemodo, os que amam as rosas também estão próximos da energia ardente. As entidades que se alimentam da decomposição evitam aromas da energia ardente. Deve-se aceitar essa indicação com toda simplicidade, como uma informação de farmácia."
(O trecho citado foi extraído do livro Mundo Ardente I, item 227, diretamente inspirado por Morya. Este e outros livros da mesma fonte, que compôem a Série Agni Yoga, têm sido editados em português pela Fundação Cultural Avatar, Niterói, RJ)
Sugestões aos que preparam alimentos
  • Trabalhar sempre com espírito de oferta;
  • Usar tudo o que estiver disponível, desde que não seja nocivo ao corpo, à mente nem à alma;
  • Agir com flexibilidade, sem contudo fazer concessões a hábitos, mesmo aos mais arraigados;
  • Transcender a gula;
  • Praticar a higiene, a ordem externa e o amor ao silêncio;
  • Controlar a palavra, os pensamentos e as emoções.
Sugestões aos que buscam alimentar-se corretamente
  • Usar alimentos que aumentem a força vital, a força mental e a saúde. são suculentos, suavizadores, frescos e agradáveis;
  • Evitar alimentos de qualidades unilaterias, como os especialmente amargos, azedos, salgados, apimentados, pungentes, ácidos ou picantes;
  • Não reclamar do alimento disponível e aprender a sugerir melhorias pacificamente e de modo construtivo;
  • Rejeitar alimentos que não sejam frescos, que estejam estragados ou impuros;
  • Não usar restos de alimentos dos outros;
  • Evitar produtos animais, a não ser o mel;
  • Não interferir na maneira de se alimentar dos demais.
Sugestões aos que pesquisam novas formas de alimentação
  • Criar alimentos para a saúde física e mental;
  • Trabalhar no sentido de liberar a contraparte elétrica e sutil dos alimentos;
  • Reconhecer o que está disponível naturalmente nos arredores de onde vive;
  • Descobrir novas maneiras de cozinhar, sem fogo e sem utensílios metálicos;
  • Ter presente o despertar e o regenerar das células.
Sugestões aos que buscam uma alimentação mais sutil

Não devemos deixar de cumprir o que um impulso evolutivo nos traz, nem nos acomodar ao que já não nos corresponde. Contudo, para que um novo modo de vida possa implantar-se com forço e clareza e desenvolver-se sem dificuldades, resistências nem desequilíbrios, recomenda-se adotá-lo por etapas, sobretudo no que se refere às adaptações requeridas para uma forma de alimentação mais sutil.
Aconsciência avança muito mais rápidos do que os nossos corpos. Uma nova forma de alimentação deve ir emergindo naturalmente, para que sua própria força vá eliminando velhos hábitos e condicionamentos.
E não deveríamos considerar condenável ou imprestável o que quer que deixemos de usar como alimento, pois outras pessoas, em diferentes situações e condições, podem necessitar do que eventualmente já não nos corresponde. Ao cultivarmos essa atitude positiva, ajudaremos ao que nos cercam a não entrar em conflito por não estarem preparados para adotar, em sua própria vida, as mudeanças que assumimos na nossa. Tudo isso pode ser feito, porém, com atenção para que ninguém deixe de progredir quando submetido a impulsos evolutivos.

Para reflexão

Compartilhar fraternalmente um alimento produz efeito mais benéfico do que buscar equilibrar seus nutrientes de modo puramente racional.

Fonte: Texto extraído do livro TERAPÊUTICAS PARA A REGENERAÇÃO CELULAR, do Dr. José Maria Campos (Clemente), Editora Pensamento, 2ª edição. 2003, págs. 19 a 22.

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